24 de abril de 2008

Onça-pintada


Nome Científico: Panthera onca
Outros nomes comuns: jaguar, yaguareté, canguçu, nahuel, uturuncu, zauat, yaúi

A onça-pintada é o maior felino das Américas, e o terceiro maior do mundo, sendo menor apenas que o tigre (Panthera tigris) e o leão (Panthera leo). Apesar disso, considera-se que tenha a mordida mais poderosa dentre todos os felinos, proporcionalmente ao seu tamanho. Na região do Pantanal, são encontrados os maiores exemplares, sendo que existem registros de grandes machos que chegaram a pesar 140kg.
Ocorriam naturalmente desde o Texas nos EUA até o norte da Argentina, porém a caça e a destruição de habitats causaram seu extermínio da maior parte da distribuição geográfica original.
As onças-pintadas ocorrem numa ampla variedade de habitats, mas parecem necessitar cobertura vegetal abundante, água, e presas suficientes. São encontrados desde os ambientes xéricos do Chaco até as florestas tropicais úmidas.
Aqui na Fazenda San Francisco, o maior número de avistamentos da onça-pintada se dá entre os meses de junho e setembro, provavelmente por causa do período de reprodução dos animais. Nessa época já foram avistados dois ou mais animais adultos juntos, inclusive um macho e uma fêmea “namorando”. Segundo a literatura consultada, os indivíduos são solitários a não ser que seja uma fêmea acompanhada de seus filhotes ou macho e fêmea em época de acasalamento.
A mãe dá à luz de um a quatro filhotes (em geral dois) em um local protegido como por exemplo uma caverna, sob a barranca de um rio, no meio de um espinheiro, ou abaixo das raízes de uma árvore. A gestação dura em média 100 dias, e os filhotes nascem com cerca de 950g e 40 cm de comprimento. Após uma semana, aproximadamente, abrem os olhos, aos 75 dias de vida passam a receber alimento sólido além do leite materno, e com cerca de 5 meses de idade são desmamados. Os filhotes podem ficar com a mãe por até um ano e meio de vida, quando dispersam.
A onça-pintada é um predador oportunista, sendo mais ativa logo após o crepúsculo e pouco antes do amanhecer, embora possa ser vista durante todo o dia. Ela utiliza seus grandes caninos para segurar suas presas, e sua poderosa mordida para matá-las. No caso de algumas presas maiores ela utiliza a queda do animal para quebrar seu pescoço. Animais predados incluem 85 espécies, e dentre elas podemos citar: catetos, queixadas, porcos-monteiros, jacarés, capivaras, cotias, pacas, cervos-do-Pantanal, veados, antas, tatus, tamanduás, quatis, mão-peladas, jabutis, tartarugas, macacos, aves e peixes.
Na região do Pantanal a onça-pintada foi, e ainda é, muito perseguida por ser considerada uma ameaça à criação de gado. De fato, esse grande felino pode predar o gado doméstico, mas diversos estudos já mostram que a grande maioria das onças que apresentam esse comportamento se enquadram em duas categorias: animais muito velhos ou previamente feridos por balas que já não tem capacidade de obter presas silvestres. Além disso, o próprio modo com se dá a criação do gado pode ser causa de um aumento na predação de animais domésticos, isto porque a colocação do estoque em áreas de rios e matas aumenta o risco de predação. E também a diminuição do número de presas naturais pode levar as onças a recorrer à criação para sobreviver.
Atualmente estudos estão sendo realizados de forma a encontrar formas de minimizar o impacto desse conflito tanto para os criadores quanto para os animais. A Fazenda San Francisco abriga um desses projetos, desenvolvido pelo biólogo Fernando Azevedo que, entre outras coisas, rastreia os animais com o auxílio de rádio-colares com o intuito de conhecer a movimentação de possíveis animais “problema”.
Por: Henrique Villas Boas Concone - hvbconcone@yahoo.com.br

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