29 de novembro de 2010

[Pantanal Sul MS | Brasil] Filhotes à espreita no Pantanal



Dentre as 23 espécies de corujas brasileiras a mais conhecida é a Coruja-buraqueira (Athene cunicularia). Uma das poucas corujas de hábitos diurnos, sendo a grande maioria, notívagas.

Também conhecida como mochos e caburés, as corujas apresentam distribuição cosmopolita, ocorrendo até em regiões polares. São predadoras noturnas vorazes em sua maioria, havendo poucas exceções. Dispõem de excelente audição e boa visão para localizar as suas presas.

No Brasil elas estão divididas em duas famílias, Strigidae e Tytonidae. A única representante da família Tytonidae nas Américas é a Suindara ou Coruja-de-igreja (Tyto alba), sendo muito comum observá-la nas noites de focagem aqui na Fazenda San Francisco Pantanal Sul.


Mas quem nos chama atenção nesse mês de novembro são os filhotes da coruja-buraqueira. Com olhares curiosos e fazendo pequenos movimentos com a cabeça, têm o costume de sempre investigar a entrada do ninho.


A coruja-buraqueira faz seus ninhos no solo, aproveitando um cupinzeiro desabitado ou uma toca de tatu abandonada. A fêmea bota cerca de quatro ovos que são chocados pelo casal. Assim que nascem os filhotes, os pais revezam nos cuidados.




Quando jovem apresentam uma plumagem primária, na coloração branca, sempre arrepiada. Passado alguns meses já começam adquirir a plumagem adulta, com coloração cor de terra, causada pelo contato direto com o solo.







A alimentação dos filhotes é constituída por principalmente besouros e outros artrópodes, mas também não dispensam pequenos vertebrados, mamíferos, aves, répteis e anfíbios. O modo de caça é conhecido como “peneira”, na qual fica parado em pleno vôo, tendo uma localização precisa das presas no chão, investindo em ataques certeiros.




Um animal que pode confundir a toca (cupinzeiro) de uma coruja-buraqueira como fonte de alimento é o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), mas decepcionado na ausência dos cupins, não encontrando alimento continua sua jornada pasto a fora.



Infelizmente em muitas fazendas da região o fazendeiro remove os cupinzeiros no pasto, por ser competição com o capim-braquiária, e conseqüentemente, interfere na relação que tem o tamanduá-bandeira e a coruja-buraqueira, com esses cupinzeiros.



Por outro lado a visão de fazendeiros que querem manter a presença desses animais em suas propriedades é louvável uma vez que trabalhos de conservação e produção devem caminhar juntos em busca da preservação.

Texto Por: Gabriel Fávero Massocato
Fotos: Carol Coelho - Pantanal Sul - Fazenda San Francisco

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