Em uma saída de campo do biólogo Ricardo para monitoramento das onças da Fazenda no dia 14 de maio, os biólogos que participam do Projeto Herpetofauna da Fazenda San Francisco o acompanharam e se surpreenderam com o encontro de 7 cobras, de 3 espécies, em duas horas de focagem nas estradas da fazenda.
Todos os indivíduos estavam na vegetação marginal da estrada, e entre 1m e 1,8 metros de altura do chão.
As serpentes pertenciam as espécies Philodryas olfersii (três exemplares), Chironius quadricarinatus (também 3 indivíduo) e Thamnodynastes cf hypoconia (1 indivíduo).
Philodryas olfersii é uma das espécies conhecidas popularmente como cobra-verde. É uma cobra de hábitos diurnos, que caça ativamente suas presas no chão ou em arbustos e que se alimenta principalmente de sapos, rãs e pererecas e pequenos roedores, como ratos e preás.
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É uma espécie que apresenta certa quantidade de veneno mas que se não for manipulada não apresenta riscos. Por possuir uma coloração verde que se confunde ao ambiente onde ela caça e por ser muito ágil quando se desloca essa espécie não é encontrada facilmente e ainda não havia sido registrada na área da fazenda San Francisco.
Chironius quadricarinatus também é uma espécie difícil de ser avistada devido a seus hábitos. Assim como a cobra verde, a cobra-cipó (como é conhecida popularmente essa espécie) é ativa durante o dia e pode caçar tanto no chão como em árvores e arbustos. Se alimenta principalmente de sapos, rãs e pererecas e, se for perturbada, pode se tornar agressiva, embora não apresente nenhum tipo de veneno.
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Essas duas espécies provavelmente estavam em repouso quando foram encontradas, e procuraram a parte mais alta da vegetação para evitar a predação por animais terrestres como gambás, lagartos e outras cobras.
Aves também são grandes predadores de serpentes, mas como poucas espécies de aves são ativas durante a noite as espécies de cobras diurnas conseguem se proteger da maioria de seus predadores repousando a certa altura do chão.
A outra espécie avistada pelos pesquisadores possui hábitos noturnos e estava ativa quando encontrada. É uma serpente que pertence ao gênero Thamnodynastes, provavelmente se trata de Thamnodynastes hypoconia. Ela caça ativamente suas presas, que são sapos, rãs e pererecas, no período noturno, sob a vegetação e no chão.
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Esse é mais um fato que confirma a grande diversidade de espécies que podemos encontrar na Fazenda San Francisco.
Além das espécies aqui tratadas, o biólogos já confirmaram a presença de mais 12 espécies de serpentes, 8 de lagartos e 25 espécies de anfíbios nas áreas da Fazenda.
Texto: Liliana Piatti
Fotos: Paulo Landgref Filho
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