27 de agosto de 2008

Plantio de Cana de Açúcar na Bacia do Alto Paraguai

Uma discussão sobre a liberação para o Plantio de Cana de Açúcar na Bacia do Alto Paraguai (BAP) toma espaço em reunião a portas fechadas na Casa Civil. A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura) discutem sobre o assunto e cada um puxa a sardinha para seu lado.

E de novo, o Meio Ambiente fica a mercê de questões economicas. Que tal a idéia muito bem alimentada por Minc de utilizar as áreas já degradadas ao invés de abrir mais áreas para agropecuária, seja ela da cultura que for.

Eu não sou contra a produção de alimentos, o que seria ate engraçado por trabalhar e morar em uma fazenda que planta arroz irrigado no Pantanal porém acredito que já deu tempo suficiente para os governantes, inclusive o ministério da Agricultura conseguirem de forma inteligente aliar a produção à conservação da natureza.

Sem radicalismo para ambos os lados mas com bom senso. Que tal plantações com corredores de mata??? Onde a fauna vai continuar tendo abrigo??? Que tal mais fiscalização aos usineiros??? OK, já tem solução para o vinhoto, mas será que estas usinas realmente levam isso a finco??? Tanto lugar para plantar cana... porque querem justamente a BAP???

Vejam a noticia na íntegra...
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/08/27/minc_stephanes_divergem_sobre_plantio_de_cana_no_pantanal-547965222.asp

Te mais!

26 de agosto de 2008

O que é o Muhpan - Museu de Historia do Pantanal?

O Museu de História do Pantanal é uma iniciativa do Ministério da Cultura, está inserido no Programa Monumenta, e teve os patrocínios da Petrobrás e Fundação Votorantim e apoios do IPHAN, Moinho Cultural e PM de Corumbá, UFMS e Embrapa.A gerencia do Museu é feita pela Fundação Barbosa Rodrigues.

O Estúdio de Arte Votupoca, foi a empresa vencedora da licitação com o projeto museográfico de autoria do arquiteto paulistano Nivaldo Vitorino.

Segundo o autor, não havia acervo para a constituição do Museu, pois a história da região encontra-se em Museus fora do estado e do país.


A história do Pantanal era como um grande quebra-cabeças com peças espalhadas e reunir a história em um único localexigiu viagens pelos 4 cantos do Pantanal, às bibliotecas e museus do Rio de Janeiro, São Paulo e Campo Grande.

O envolvimento com a comunidade proporcionou o encontro com a alma regional, e o resultado final é o reflexo desta cultura. O visitante adentra a história por um túnel de espelhos, com projeções de imagens e música concreta.

Em seguida a geografia, como palcodas narrativas, é apresentada com belíssimas fotografias e informações geradas pela Embrapa Pantanal, valorosa colaboradora.


No andar seguinte, o público conhecerá a pré-história, e ficará sabendo que a presença humana na região ocorreu há 8.000 anos.

A Universidade Federaldo Mato Grosso do Sul, colaborou com o acervo coletado pelos arqueólogos Gilson Martins e José Luis Peixoto e pela Fundação Dom Bosco.

Em seguida a história da colonização européia através dos conquistadores espanhóis e bandeirantes.

As monções e o ciclo do ouro, a fundação de Cuiabá e as expedições científicas são abordadas, assim como a colonização da região com os primeiras cidades e fortes,como Corumbá, Miranda, Cáceres e o Forte Coimbra.



No terceiro pavimento , há a história dos pioneiros, a Guerra com o Paraguai e a epopéia do telegrafo com o Marechal da Paz, Candido Rondon.

O apogeu do Porto de Corumbá no início do séc. XX e a chegada da Estada de Ferro ligaram a região com o mundo. Há ainda os temas da imigração, pecuária e a importância do pantanal como reserva da Biosfera mundial. Ao olhar para o passado, vemos os caminhos para o futuro. Encontramos nossa identidade e nossa estima se eleva.

A linguagem da exposição é feita com cenários, instalações de multi-mídia, textos, cartografias e maquetes, harmoniosamente expostas no passeio museal. O visitante aprende a história se divertindo, e sai encantado com saborosas descobertas.

O Museu está localizado na Rua Manoel Cavassa, no porto geral de Corumbá.
Telefone de contato: 067-3232.0303

Blog do Museu http://www.muhpan.wordpress.com/

Fotógrafos de Natureza - 5 onças-pintadas diferentes em 5 noites

Este mes recebemos a visita dos Fotografos de natureza:

Daniel De Granville e Amos Nachoum e John Hall.


Vieram para a Fazenda San Francisco especialmente para fotografar a majestosa Onça-pintada. E conseguiram... viram a bicha todos os dias durante sua estadia aqui!!!

Foto: © Daniel De Granville, 2008


A empresa de Amos Nachoum, Big Animals (http://www.biganimals.com/), é especializada em expedições fotográficas pelo mundo todo em busca da vida selvagem - especialmente cenas subaquáticas, mas também grandes mamíferos terrestres.

Além disto, Amos realiza trabalhos editoriais para veículos impressos degrande renome como a National Geographic, Outside, Time, Life, The New YorkTimes e Condé Nast Traveler, entre outras.

Amos pode ser considerado um dos 10 mergulhadores mais experientes do planeta na atualidade (mais detalhessobre sua biografia podem ser encontrados através do link http://biganimals.com/about_us.html

Daniel de Granville, fotografo de natureza, biólogo e guia naturalista escreve em seu blog http://photoinnatura.blogspot.com/2008/08/olha-ona-olha-ona.html como foram os encontros com as onças-pintadas na fazenda San Francisco.

Foto: © Daniel De Granville, 2008

Vale a pena ler pois com seu jeito humorado ele descreve a aventura de uma forma muito descontraída e cheia de aventura.

Até aproxima!

Ingaugurado o Muhpan - Museu de História do Pantanal

Dia 12/08/2008 foi ingaugurado o Muhpan - Museu de História do Pantanal.

Gostaríamos de parabenizar o Sr. Nivaldo Vitorino por mais esta conquista.



Este museu só pode ser realizado graças aos patrocinios da Petrobrás e Votorantim e dos apoios do IPHAN e Moinho Cultural de Corumbá. O gerenciamento do museu é da Fundação Barbosa Rodrigues.

Informacoes e fotos no blog http://muhpan.wordpress.com/

Foto acima: Indios Bororos.


Foto acima: Retirada



Foto acima: O Brasil encontra sua identidade.

Fotos cedidas por: Nivaldo Vitorino

25 de agosto de 2008

Carlos Minc desmente plantio de cana no Pantanal

Ao contrário do que foi publicado pelo jornal O Globo, no sábado passado (23 de agosto de 2008), não haverá plantio de canaviais e nem a instalação de usinas de cana no Pantanal.

O Zoneamento Agroecológico da cana, cuja discussão ainda não terminou, vai estipular que:

1) No Bioma Amazônia não haverá nenhuma nova usina de cana, apenas continuarão na região as quatro já existentes há mais de dez anos, como em Roraima e no Acre;

2) No caso do Pantanal, serão mantidas as proteções já definidas nas leis estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e na Resolução Conama. Além disso, em torno do Bioma Pantanal, será criado uma faixa de exclusão para além do Bioma Pantanal.

E mais: após essa faixa de exclusão, serão ainda tomadas medidas para mitigar o impacto das atividades econômicas já instaladas na região há mais de dez anos, como, por exemplo, o chamado plantio direto de cana, que gera menos movimento de terra e menos assoreamento, e a redução progressiva do uso de agrotóxico, visando a sua eliminação.

Portanto, repetindo: não haverá qualquer nova usina de cana no Pantanal nem tampouco qualquer plantio de cana. E as defesas ambientais atuais ainda serão ampliadas, tanto do ponto de vista geográfico quanto tecnológico. Na discussão de quatro horas do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, na Comissão de Agricultura da Câmara Federal, na semana passada, os temas Pantanal e plantio de cana sequer foram mencionados.

Todo o debate girou em torno do decreto que regulamentou a Lei de Crimes Ambientais. Dos seus 162 artigos, os deputados pediram mais prazo e condições para cumprir o Código Florestal, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste do país, onde as propriedades já são integralmente exploradas economicamente.

Mais esclarecimentos sobre esses temas serão dados em coletiva à imprensa, na próxima terça-feira, dos ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.

Na coletiva, serão também tratados outros pontos de entendimento, tais como: o pagamento por serviços ambientais de reflorestamento de matas ciliares pelos agricultores e a recuperação de pastagens e áreas degradas, para que a produção seja intensificada, não invadindo áreas protegidas da Amazônia e do Pantanal.

Carlos Minc
Ministro do Meio Ambiente

24/08/2008
Gerusa Barbosa
Assessoria de Comunicação
Ministério do Meio Ambiente

Monitoramento da biodiversidade mundial


Bom dia!!! Abaixo noticia bastante interessante sobre o Monitoramento da Biodiversidade Mundial.


Agência FAPESP– A criação do Sistema Global de Observação da Biodiversidade (Geobon) foi proposta por um grupo de cientistas de diversos países em artigo na edição desta sexta-feira (22/8) da revista Science.

A idéia é constituir uma parceria internacional para auxiliar nos processos de coleta, análise, gerenciamento e divulgação de dados relacionados ao estado atual dos ecossistemas do planeta.

Segundo Robert Scholes, do Conselho de Pesquisa Científica e Industrial da África do Sul, e colegas, a necessidade de adoção de medidas para avaliar eficientemente a biodiversidade em escala global é intensificada pelo compromisso de reduzir as taxas de perda de sistemas biológicos até 2010, conforme assinado pelos 190 países que fazem parte da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD).

Os pesquisadores destacam que as medidas tomadas até hoje nesse sentido se mostraram ineficientes, especialmente por conta da própria complexidada da biodiversidade, que reúne uma enorme variedade de formas, arranjos espaciais, processos e interações de sistemas biológicos nas mais diversas escalas e níveis de organização, de genes a espécies e desses a ecossistemas.

Para eles, o problema não é a falta de informações sobre tais sistemas, mas sim a pouca integração entre elas. “Não há escassez de dados sobre a biodiversidade, embora eles sejam irregulares em relação à cobertura espacial, temporal ou tópica. O problema está na diversidade de dados e no fato de que eles estão dispersados e não organizados”, descreveram os autores.

“A solução é organizar a informação, desbloquear os fluxos entre os produtores e os usuários da informação e criar sistemas nos quais dados de diferentes tipos e de fontes variadas possam ser combinados. Isso ampliará nosso conhecimento sobre a biodiversidade e permitirá o desenvolvimento de medidas adequadas para reduzir sua perda”, afirmaram.

De acordo com os autores, não há, em todo o mundo, organização capaz de produzir tal “sistema de sistemas”. As iniciativas locais, nacionais ou mesmo internacionais atualmente existentes registram dados sobre genes, espécies e ecossistemas. “E o Geobon pretende criar uma rede global a partir desses esforços, por meio da reunião, da interligação e do apoio a eles em uma estrutura científica robusta”, disseram.

O Geobon forneceria orientação às partes com relação à coleta de dados, padronização e troca de informações. As organizações integrantes permaneceriam proprietárias dos dados que produziram, mas concordariam em colaborar para que tais informações integrassem a rede e pudessem ser compartilhadas.

O Geobon tem origem no Grupo para as Observações Terrestres (GEO), formado em 2002. Hoje com 73 países, o GEO é responsável pela implantação do Sistema de Observação Global Terrestre (Geoss), criado para que os participantes possam compartilhar dados de estudos geográficos.

A idéia da Geobon tomou forma em abril, quando cerca de 100 especialistas em biodiversidade, que representavam mais de 60 organizações científicas, se reuniram em Potsdam, na Alemanha. Os participantes foram divididos em grupos e produziram as partes do plano de implantação da rede.

A estimativa é que a manutenção do Geobon custe de R$ 500 milhões a R$ 1,2 bilhão por ano, incluindo os valores já despendidos atualmente para o levantamento de dados sobre a biodiversidade pelos países que integrariam a rede.

O artigo Toward a global biodiversity observing system, de Robert Scholes e outros, pode ser lido por assinantes da Science em http://www.sciencemag.org/
Foto: Carol Coelho 2007

7 de agosto de 2008

Pesquisador fala sobre a onça-pintada

Prezados leitores deste blog! Achei muito interessante a abordagem do pesquisador da Embrapa - Walfrido Tomás publicada no site Corumba Online - http://www.corumbaonline.com.br/noticia.asp?codigo=122245
De forma imparcial e inteligente ele aborda a situaçao. Vale a pena a leitura. Abraços, Carol


A onça-pintada é tema de discussão nessa semana em que ocorreu mais um caso de ataque do animal. Dessa vez o pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos foi atacado pela fera em sua fazenda na região do Paiaguás. Em entrevista nessa terça-feira, 5 de agosto, Gregório contou que foi salvo por quatro cães, mas ficou ferido nos braços e quase perdeu a vista.

Em decorrência do fato o Corumbá On Line procurou o pesquisador da Embrapa Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Walfrido Tomás, especialista em estudo de animais silvestres para tirar algumas dúvidas de como vivem e agem as onças-pintadas.

Corumbá On Line: É proibido matar animais silvestres?

WT: É proibido matar animais silvestres no Brasil,desde 1967. Quando se trata de espécies ameaçadas, o problema é mais grave ainda para o transgressor.

Corumbá On Line: Na região do Pantanal que lugares as onças-pintadas procuram viver?

WT: As onças pintadas, no Pantanal, não ocorrem de maneira uniforme em toda a região. Existem áreas preferidas por elas, e estas áreas geralmente são aquelas mais baixas, mais inundáveis, ao longo dos rios. As áreas do Pantanal onde onças pintadas são mais abundantes estão ao longo de todo o rio Paraguai, nas áreas marginais dos Pantanais do Paiaguás e Nhecolândia, além dos Pantanais do Abobral, Miranda, Rio Negro e Nabileque. No norte, são mais comuns na região sul dos Pantanais de Poconé e Cáceres. Ou seja, numa vasta região central (Nhecolândia e Paiaguás), leste (Aquidauana, Rio Verde, Coxim, Barão de Melgaço) e norte (Cáceres e Poconé), as onças são raras ou nem ocorrem. Parece haver uma concordância entre a ocorrência de onças pintadas exatamente onde há mais abundância de presas costumeiras, de grande porte, como cervos, capivaras, jacarés e queixadas, o que faz sentido do ponto de vista ecológico.

Corumbá On Line: O homem pode aprender a conviver com onças?

WT: Sim, não há porquê acreditar que seja impossível esta convivência. O Pantanal impõe certas características próprias aos que aqui querem viver, e entre elas estão as cheias, que são naturais e não catastróficas. O Pantaneiro aprendeu a conviver e tirar proveito dos efeitos das cheias, que na verdade sustentam toda a produtividade do ecossistema, seja para pastagens naturais, seja para produção pesqueira. Outra característica pantaneira é a existência de e deve-se aprender a conviver com isso da mesma forma que se aprendeu a conviver com as cheias. Aliás, é possível tirar proveito disso através do turismo e da valorização dos produtos da região que são obtidos em propriedades que conservam biodiversidade. Isso pode ser feito, por exemplo, através de certificação de fazendas.

O Pantanal, neste caso, é uma região privilegiada, e os pantaneiros que conservam merecem algum grau de compensação por este serviço que prestam à sociedade. Maior valorização dos produtos pecuários destas fazendas é apenas uma estratégia de compatibilizar a produção pecuária e a conservação das onças, já que a maior remuneração pelo gado compensaria os eventuais prejuízos causados pelas onças.

Corumbá On Line: Em que situações as onças atacam?

WT: Casos de ataque deliberados por onça são raríssimos, e quase sempre a situação em que ocorreram geralmente são confusos. Onças geralmente atacam quando ameaçadas, sejam acuadas durante caçadas, seja quando têm uma presa recém abatida e tentam defendê-la. Estas situações têm sido a tônica na maior parte dos casos de acidentes fatais ou quase fatais com onças no Brasil. No caso do acidente desta semana no Pantanal, a onça pode ter se sentido ameaçada, já que estava predando suínos na propriedade. Nesta situação crítica, não se pode enfrentar um animal do porte de uma onça. O melhor é deixar ela em paz e se adaptar para evitar novos casos de predação. Ao que aprece, o senhor atacado se aproximou em companhia de cães, e assim é de se esperar que a onça já saia atacando cães e pessoas. Há muitos casos de cães mortos nesta situação.

Corumbá On Line: Há vários estudos sobre a conservação da onça?

WT: Sim, nos últimos 5 anos, pelo menos 4 projetos foram desenvolvidos para estudar, principalmente, o conflito entre predação de gado por onças, visando encontrar caminhos para minimizar o problema.

É preciso esclarecer que os resultados até agora indicam que apenas uma ou outra onça costuma predar gado rotineiramente. Na maioria das vezes, as onças se alimentam de jacarés, cervos, queixadas, caititus e capivaras. A predação de gado bovino tem sido consistentemente avaliada, usando-se equipamentos de alta tecnologia, e indicam que, de um modo geral, o impacto das onças no rebanho bovino é bem menor que se tem aventado. Como regra geral, não vão além de 5% do rebanho ao ano, quase sempre nem chegando à metade disso. Mas duas coisas precisam ser levadas em conta: podem haver exceções a esta regra, e outras causas de perdas nos rebanhos são muito mais importantes do que a predação pelas onças. Neste caso, podemos citar doenças, ervas tóxicas, frentes frias, mau manejo, deficiência reprodutiva nos rebanhos, etc. Somadas, estas fontes de prejuízos tornam as perdas pelas onças quase desprezíveis. Assim, talvez seja compensador resolver outros gargalos econômicos das fazendas antes de culpar as onças por tudo. São argumentos fortes baseados em dados científicos. Então, é preciso desmistificar o assunto e usar bom senso.

Corumbá On Line: A legislação permite o abate?

WT: A legislação ambiental prevê exceções, ou seja, remoção ou abate de animais predadores que ameaçam a vida humana ou rebanhos domésticos. Entretanto, as regras são rígidas e isso precisa ser realizado com autorização pelo IBAMA, este possui um Centro especializado nestes casos, que é o CENAP, cujo quadro técnico é altamente capacitado para resolver conflitos desta natureza. Mas é preciso também pensar que não se pode tentar remover onças cada vez que um exemplar for avistado próximo a uma propriedade ou cada vez que houver caso de predação. O simples fato de se alegar riscos não significa que a remoção é indicada.

Trata-se de uma espécie globalmente ameaçada, e a população do pantanal é uma das mais importantes em toda área de distribuição das onças pintadas. Fora da Amazônia e do Pantanal, a espécie está em situação crítica. É preciso aprender a conviver com elas da mesma forma como se aprende a conviver com os riscos permanentes existentes em outra selva: a de pedra.

Gralha-Cancan * Plush-crested Jay * Cyanocorax chrysops




















A Gralha-Cancan tambem conhecida por Gralha-picaça è uma imitadora de sons e cantos de outras aves, como o gaviao-carijó, podendo imitar ainda mamiferos como o macaco-prego.
Vive em bandos, alimenta-se de frutos e pequenos invertebrados que busca em diversos lugares, podendo ainda predar ninhos de outras aves.
Dá alerta quando encontra cobras ou outro sinal de perigo.
Constroi ninhos discretos, e os outros individuos do bando ajudam no cuidado dos filhotes. Existem duas outras especies de gralhas na regiao.
Informaçoes retiradas do Guia de Campo de Bonito - Conhecendo a Fauna e a Flora da Serra da Bodoquena.
Fotos: Carol Coelho - 06/08/2008

Pantanal de Miranda * MS * Brasil

Trem do Pantanal: capacidade de transportar 400 passageiros


A diretora-presidente da Fundação de Turismo (Fundtur), Nilde Brun, e o presidente da Serra Verde Express, Adonai Aires de Arruda - empresa que vai operacionalizar o Trem do Pantanal - estiveram reunidos hoje (6) com o trade turístico de Mato Grosso do Sul para apresentar o projeto de revitalização do Trem do Pantanal e mostrar os benefícios que o equipamento trará para a economia local.

A idéia é de que os empresários locais participem com a prestação de serviço aos passageiros que desembarcarem nas estações. “No turismo não se faz nada sozinho; não adianta ter o melhor trem do mundo sem as atividades paralelas. O importante é prestar serviços de qualidade”, disse Adonai.

“Para a população é um sonho ter de volta o Trem do Pantanal; além disso, vai ser um produto de qualidade que vai proporcionar um aumento de fluxo de turistas, gerando emprego, renda, divisas e qualidade de vida”, afirmou Nilde.

Segundo Adonai, o Trem deve operar inicialmente nos fins de semana com a capacidade de transportar 400 passageiros em seus 7 vagões. “Estamos planejando que o trem saia de Campo Grande no sábado, às 7h30, chegar em Aquidauana às 12h30, onde os passageiros poderão almoçar na cidade e realizar outras atividades até as 15 horas, horário em que o Trem sai para Miranda.

Em Miranda, o Trem deve chegar às 18 horas e a idéia é fazer uma integração com outras cidades, como Bonito. Na volta do Trem, no domingo, a saída de Miranda é às 9 horas; chega em Aquidauana ao meio-dia para o almoço e sai às 14 horas para chegar em Campo Grande às 19 ou 19h30, para que as pessoas possam pegar vôos noturnos para São Paulo e outros grandes centros”.

As obras da via ferroviária estão aceleradas, de acordo com o presidente da Serra Verde Express. “A previsão é de que a América Latina Logística (ALL) entregue o trecho de Miranda a Campo Grande até dezembro”, disse. O objetivo é lançar o Trem do Pantanal durante da Feira de Turismo da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) que acontece de 22 a 24 de outubro no Rio de Janeiro.

A distribuição da frota dos vagões deve ser feita em um vagão pára-choque e bagageiro, entre a locomotiva e os vagões de passageiros; um vagão de classe econômica, com tarifa prevista de R$50,00 e o serviço é pago à parte pelo passageiro; cinco vagões na categoria turística, com um comissário de bordo guia, que conheça e passe informações sobre a região; além de oferecer serviço de bordo intermediário.

O custo da tarifa seria de $75,00. Por último, um vagão executivo, disponibilizando 48 lugares, sala vip para embarque e um serviço de bordo diferenciado. O preço seria de R$120,00.

6 de agosto de 2008

Reunião amanhã define lançamento do novo Trem do Pantanal

Devem ser definidos amanhã os rumos do novo projeto do Trem do Pantanal, durante reunião a ser realizada amanhã (06) na Capital.

Participam da agenda membros da Fundação de Turismo, órgão oficial de turismo do Estado, das prefeituras de Campo Grande, Aquidauana, Miranda e Corumbá e do trade turístico.

A proposta é apresentar o projeto de revitalização do Trem do Pantanal, que será gerido pela empresa paranaense Serra Verde Express, concessionária dos trens turísticos do Paraná, e da Great Brazil Express.

O projeto, de acordo com a diretora-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, será um dos grandes indutores do turismo no Estado, gerando renda e melhorando a economia dos municípios de Campo Grande, Aquidauana, Miranda e Corumbá.

Ataques de onças-pintadas são casos isolados

Os ataques de onças-pintadas a seres humanos são considerados casos isolados, conforme o capitão Ednilson Queiroz, biólogo e chefe de comunicação da Polícia Militar Ambiental (PMA).

Ele explica que a legislação federal proíbe a caça aos felinos. “É crime ambiental caçar e matar onças.

Elas só podem ser capturadas com autorização do órgão ambiental, em casos de extrema urgência, como, por exemplo, ataques constantes ao rebanho bovino em fazendas da região”, esclarece Queiroz. Segundo ele, o caso ocorrido com o fazendeiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, que se feriu ao lutar com uma onça-pintada, é um “caso isolado”.

A afirmação do capitão é referendada pelo pesquisador Fernando Azevedo, (foto) que coordena um projeto sobre onças pantaneiras na região de Miranda e Corumbá. Ele conta que já capturou 20 onças-pintadas e nunca foi atacado por elas. “As onças só atacam em duas situações, consideradas de defesa: quando está com filhotes e ou quando está se alimentando. Nesses casos, o animal se sente acuado”, explica Fernando Azevedo.

Segundo Azevedo, um dos grandes problemas que afetam as pesquisas com onças nesta região justamente é a morte delas por trabalhadores de fazendas de gado ou ainda caçadores profissionais. “Eles acreditam que a morte dos animais soluciona o problema dos ataques aos rebanhos. Mas não é bem assim”, alerta o pesquisador.


De forma a modificar esta realidade, o projeto atua no monitoramento de onças e registro de ataques ao gado e junto a funcionários e proprietários das fazendas de gado através de ações científicas, educativas e participativas de forma a compreender melhor o problema da predação e integrar o público alvo às atividades de pesquisa com onças desenvolvidas na área de estudo.

O projeto está sendo desenvolvido em 2 fazendas do sul do Pantanal, municípios de Miranda e Corumbá, através da coleta de dados científicos acerca da longevidade e padrões de movimentação de onças e predação do gado por onças. Além disto o projeto pretende atuar na transmissão e melhoria de conhecimentos do público alvo (funcionários e proprietários de fazendas de gado) a respeito da função das onças, acerca do problema da predação de gado na região, da ilegalidade da matança de onças, da importância de melhorar o manejo do gado para evitar perdas, e da necessidade de melhoria no registro da mortalidade do rebanho de gado da região.

O projeto pretende também capacitar o público alvo, através da transmissão de conhecimentos e doação de equipamentos de coleta de dados para atingir os objetivos propostos.

Este projeto será pioneiro no envolvimento da população da região em um estudo científico e servirá de base para ações regionais e nacionais visando a diminuição dos casos de predação de gado e conseqüentemente de redução da mortalidade de onças abatidas em resposta aos casos de predação de gado.


Mais informações sobre o projeto no site: http://www.procarnivoros.org.br/

05/08/2008 - 17:36


5 de agosto de 2008

Novela Pantanal faz sucesso

Pantanal faz sucesso

Atores pegam carona na reprise da novela, 18 anos depois da primeira exibição

ETIENNE JACINTHO - Agência Estado

“Tibério! Tibério!”, grita o público, quando Sérgio Reis sobe ao palco em sua turnê pelo Brasil. Para quem não sabe, Tibério é o nome do personagem do cantor na novela Pantanal. O folhetim de Benedito Ruy Barbosa foi ao ar na extinta TV Manchete em 1990. Produto da Massa Falida da rede dos Bloch, o folhetim foi parar no SBT e lá está em reprise desde 9 de junho. Na semana passada, bateu recorde de audiência na TV de Silvio Santos, com 18 pontos de média — estreou com 8. “Nos shows, todos pedem as músicas de Pantanal”, diz.

O cantor diz que só tem motivos para comemorar a reprise. Silvio Santos, além de pagar o cachê a que o cantor tem direito, ainda lhe encomendou canções para a trilha sonora de Revelação, novela de Íris Abravanel que deve estrear em breve no SBT e contará com um núcleo rural. “Também vou fazer um especial de fim de ano na Record”. Quando questionado se a reprise da novela abre portas para o artista, a resposta é rápida: “Com certeza! Quem não é visto, não é lembrado!”

E o sertanejo não foi o único a ser lembrado. Luciene Adami também tem sido chamada de Guta, sua personagem na trama, onde quer que vá. E mal a novela começou a ser reprisada, um e-mail sobre a atriz chegou às redações de jornais. “Esse é um trabalho incrível”, fala Luciene, que nunca esteve distante da TV. Sua última novela foi Cristal, no SBT, há dois anos. Atualmente, ela é a hostess do espetáculo Terça Insana e está ensaiando a peça As Pontes de Madison.

PAGAMENTO

Com Luciene, que fez três novelas no SBT, Silvio Santos não economizou verba. “Fiquei surpresa porque recebi tudo o que estava no contrato e ainda me chamaram para pagar um excedente”, conta a atriz. “Por mim, a novela tem de passar inteira. Não sei porque encrencaram. Nesse trabalho, todo mundo foi feliz”, fala Luciene sobre a ação que o autor Benedito Ruy Barbosa move contra o SBT para tirar a novela do ar.

Já Antônio Petrin, que viveu Tenório, o pai de Guta em Pantanal, prefere não opinar sobre o processo judicial, mas diz que acha “ótimo” esse retorno 18 anos depois. “Pantanal foi um fenômeno. A paisagem é maravilhosa e o folclore daquela região também”, comenta o ator, hoje reconhecido como Tenório nas ruas. “E veja que estou com essa barba branca... Mesmo assim, me reconhecem." Na trama, Tenório mantinha duas famílias.


Além de lucrar com a exibição do folhetim de maior sucesso da TV Manchete — a novela entrou no ar sem anunciantes e hoje provoca fila de candidatos ao intervalo comercial —, Silvio ainda está promovendo os atores e a trilha da Revelação, de sua mulher, antes de a trama ir ao ar.
Diretor rompeu com a ‘ditadura’ do estúdio

Embora o nome do autor seja sempre a referência mais forte na criação de qualquer telenovela, a associação de Pantanal ao diretor é latente. Produção que marcou território na história do gênero ao romper com a ditadura do estúdio, o folhetim escancarou longos takes de rios, tuiuiús, araras, cobras e mato a perder de vista. Essa concepção estética foi obra de Jayme Monjardim. Que novela se deu ao luxo de dedicar tanto tempo à fauna e à flora, sem diálogos, só com trilha sonora de fundo, e sem despencar no ibope?

Agência Estado — O que você está achando da reprise de Pantanal no SBT? Jayme Monjardim — Estou superfeliz. Sabe, muita gente me ligou perguntando se eu iria processar o SBT, mas não tem nada a ver. Essa novela foi um marco na minha carreira. Foi um momento importante e 18 anos depois ela continua atual. Há hoje uma discussão ecológica que não se via na época.

Os atores te ligaram para comentar a reexibição?

Olha, alguns atores me disseram que acharam ótima essa reprise e outros, não. Para mim, Pantanal só traz coisas boas.

O SBT pagou os seus direitos?Está tudo certo comigo e com os atores. Há até anúncio no site do SBT para que os atores recebam o dinheiro.

Você tem contato com os atores que trabalharam com você? Nossa, muito. Falo com a Crica (Cristiana Oliveira, que fez o papel de Juma) até hoje...Você esperava que a reprise tivesse um desempenho tão bom em ibope (18 pontos de média)?A novela está conquistando outra geração.

Ela é praticamente inédita para os jovens. Na verdade, acho que não vai dar 18 pontos; acredito que se estabeleça nos 20, 21, 22, 23 pontos.

Você acha que seria possível fazer um remake de Pantanal?

É difícil refazer esse momento emocional — era um novo momento social e político no Brasil. Pantanal é uma obra que não daria um remake. (AE)

CURIOSIDADES

Após a novela da Globo: Em 1990, o Jornal da Manchete se arrastava, à espera do fim da novela das 8 da Globo (Rainha da Sucata) para que Pantanal entrasse no ar. A estratégia se repete agora com o Jornal do SBT, que só acaba após o fim da global A Favorita.

Ibope: Na Manchete, Pantanal chegou a registrar 40 pontos de audiência, feito até hoje inédito para uma novela fora da Globo.

Globo rejeitou Juma: Benedito Ruy Barbosa só ofereceu sua saga à Manchete após ouvir um não da Globo à proposta. Juma era a personagem principal da trama.

Ministros decidem restringir plantio de cana na Amazônia e no Pantanal


Danilo Macedo, Agência Brasil

RIO - Não será permitida plantação de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. As exceções serão as áreas de três usinas já instaladas nos estados do Acre, do Amazonas e do Pará, e uma com projeto aprovado no Estado de Roraima, além das regiões do planalto pantaneiro onde já existem plantações há mais de 10 anos e em áreas degradadas.

A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira, após mais de duas horas de reunião entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes. Minc considerou o resultado do encontro para tratar do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar “bom para todo mundo”.

- Estamos preservando, com esse acordo, o bioma amazônico e pantanal, não quebrando a produção já existente e colocando restrições que vão fazer com que ela se adeque à defesa do bioma, e não o contrário - afirmou, após o encontro, realizado no gabinete de Stephanes.

No planalto pantaneiro apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção, segundo os ministros, é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.

Segundo Minc, a fiscalização dessas áreas precisa ser feita em conjunto, “porque uma coisa é a filosofia do acordo e outra é o 'cumpra-se' do acordo”.

Stephanes disse que o texto do acordo será encaminhado ao Palácio do Planalto para que seja analisado e depois tomadas as medidas necessárias a sua execução, o que pode levar até um mês.